02/09/07

Crédito habitação

Crédito habitação, uma realidade incontornável para uma grande maioria de portugueses que pretendem adquirir casa própria, principalmente jovens, que entraram no mercado de trabalho à pouco tempo vivendo numa situação de trabalho precário, significando baixos rendimentos e contratos de trabalho a prazo, situação cada vez mais habitual no panorama nacional, num cenário desses surge a questão: como é que um jovem se pode comprometer a pagar todos os meses a prestação de uma casa por um período de trinta a quarenta anos? Como consegue pagar a prestação naqueles meses em que não está empregado…? No meio disto tudo o curioso é que em todos os spots publicitários referentes a este tipo de crédito aparecem jovens casais, felizes com o compromisso assumido para os próximos 30 anos, sem possibilidade de se divorciarem dessa responsabilidade, mesmo numa situação de perda de emprego. O nível de desemprego, esse tem vindo a crescer gradualmente e é já um dos mais altos na união europeia com uma taxa de 7,9%, na base desta situação está o nível de expansão da economia que se cifra em 1,6% (no segundo trimestre deste ano) não é suficiente para contrariar esta tendência de aumento do nível de desemprego o que provoca decréscimos nos níveis de consumo, e já não me refiro à aquisição de uma casa mas à aquisição de bens de primeira necessidade!

Para além das dificuldades de um jovem à aquisição de casa própria, surgem os interesses das instituições bancárias e grandes construtoras que cada vez mais se fundem num único grande interesse já que vai verificando uma troca nas participações em capitais relativos a estes dois sectores, ou seja, por hipótese, os bancos (os principais financiadores dos portugueses ao que à habitação diz respeito) passariam a ter um peso progressivamente maior na decisão dos preços praticados ao nível da habitação. Por sua vez as construtoras para além de regulamentarem o preço da habitação passariam a ter uma voz activa nas condições de aquisição do crédito habitação. Ainda não chegámos a este ponto (penso eu) mas cabe-nos a tarefa de ficar alerta para que essas participações não se transformem em participações maioritárias.

1 comentário:

Chas. disse...

Deviam ser as câmaras municipais a regulamentar os preços das habitações ,dfinindo qtas habitações de classe alta, qtas de classe média, qtas de classe baixa e os preços máximos de cada uma delas.